Capacidade de Armazenamento de Tinta das Canetas Parker 51 e 61
Praticamente todos os dias, ouvimos de clientes, amigos e especialistas, que as Parker 61 têm uma pequena capacidade de armazenamento de tinta. Será?
Gilson Rinaldi de Souza, colaborador, e amigo, nos propôs fazer um teste para se ter uma idéia segura sobre o que há de verdade sobre essa assertiva.
Frank Dubiel em seu Da Book (veja na seção Artigos aquele referente ao Da Book), informa que testou, na década de 1970, diversas canetas-tinteiro, da Sheaffer e Parker, com relação à sua capacidade de escrever. Concluiu que a Parker 51 conseguia escrever 4.560 palavras enquanto a Parker 61, nas mesmas condições apenas 2.600 palavras. Assim, segundo a experiência de Dubiel uma Parker 51 escreve 75% a mais que a Parker 61.
1 – O Princípio de Funcionamento das Parker 61
Todo mundo sabe que a Parker 61, lançada em 1956, após 11 anos de pesquisa realizada por 60 técnicos da Parker, foi considerada a caneta do futuro. Não tem partes móveis e o seu enchimento é feito por capilaridade.
O sistema de enchimento adotado nas Parker 61 é composto de um coletor plástico, cheio de interstícios, conhecido como célula, que mede aberta, 6 polegadas (15,2cm) de comprimento por 2 polegadas de largura (5,1cm). As fotos a seguir mostram essa célula enrolada e aberta.
A célula é enrolada no condutor conforme pode ser visto na foto a seguir:
Esta célula é protegida por um receptáculo de teflon, que tem dupla finalidade: proteger a célula e evitar que a tinta fique retida externamente, pois como é de superfície muito lisa, não há a necessidade de “limpar a tinta” excedente. Na foto a seguir é mostrado o receptáculo de teflon, que sempre foi feito na cor preta.
Na terminação deste receptáculo de teflon existem três pequenas aberturas cobertas por uma fina camada de tecido absorvente, que quando a caneta é nova tem a cor vermelha. Essa terminação é mostrada na foto a seguir:
2 – Método Usado Para os Testes
Usamos uma Parker 51 aerométrica 4 tempos e uma Parker 61 – 2º Tipo, sem as tampas e os corpos, mas com os mecanismos de enchimento originais. A foto dessas canetas é mostrada a seguir:
2.1 – Pesagem das Canetas
Usamos uma balança digital de precisão, com erro de + ou – 0,05 gramas. Ambas foram pesadas vazias. A Parker 61 pesou 7,2 gramas e a Parker 51 um pouco mais, 8,8 gramas.
2.2 – Enchimento da Parker 61
Seguindo o conselho do fabricante, colocamos o mecanismo de enchimento mergulhado em água limpa por 1 minuto e pesamos novamente a caneta e o resultado foi de 7,9 gramas, ou seja, ela conseguiu apenas 0,7 gramas de água. Como achamos que era muito pouco, retiramos novamente a célula e verificamos que havia água apenas em metade dela, ou seja, não houve o seu completo abastecimento. Assim, secamos novamente a célula e a recolocamos.
Nesta nova tentativa o peso da caneta vazia continuou sendo 7,2 gramas, mas após ser mergulhada por 1 minuto em água, ela pesou 8,5 gramas, ou seja, absorveu 1,3 gramas de água.
A melhor explicação que encontramos para o fato de que na primeira tentativa ela tenha absorvido apenas a metade do valor obtido na segunda tentativa, é que a célula nova, inativa por muitos e muitos anos, não apresenta em seu primeiro enchimento o seu melhor desempenho, o que deverá acontecer a partir daí.
2.3 – Enchimento da Parker 51
Também seguindo a orientação do fabricante para o modelo, pressionamos 4 vezes a borracha protegida pela guarda metálica, com a pena mergulhada em água e ela pesou 10,3 gramas, ou seja, absorver 1,5 gramas de água.
3 – Conclusões
Considerando que 1 grama de água equivale a aproximadamente 1 mililitro de tinta, a Parker 51 tem uma capacidade de 1,5 ml e a Parker 61 de 1,3 ml, ou seja, 15,4% maior.
É evidente também, que a célula ao longo do tempo, vai perdendo a sua capacidade de enchimento, pois os interstícios vão gradativamente absorvendo as impurezas e químicas da tinta. Dizem alguns colecionadores e especialistas que a Parker 61 com sistema capilar é como pulmão de fumante. O tempo vai passando e ele vai ficando cada vez mais com menos espaço interno.
Assim, o melhor a fazer é, a cada troca de cor de tinta e em períodos prolongados sem uso, se faça uma lavagem da célula. A única forma conhecida para fazer a limpeza de tinta residual de uma P61 é usando um sugador de leite materno, também conhecido como pêra. É isso mesmo. É encontrado em qualquer farmácia. Trata-se de um artefato de borracha que tem um pequeno conduto em seu início (deve ser adaptado no mecanismo de enchimento da caneta, ou na concha) terminando em uma bola, que apertada, faz a sucção. Deve ser usada com água para que passe pelos mecanismo e célula, limpando-os internamente. Essa ação deve ser repetida várias vezes até que a cor da água que sai da caneta seja quase igual a cor da água que entra. Para secar internamente use na pena um papel absorvente.
Star Fountain Pen
13 de outubro de 2007 - dia em que o meu Paraná Clube deu um grande passo para ser rebaixado. Perdeu por 1 a 0 para o glorioso Flamengo, na Vila Capanema.